Conhecer para prevenir: Você sabe o que é “Sindrome de Burnout?”
31 de outubro de 2020
A Síndrome de Burnout também conhecida como “Síndrome do Esgotamento Profissional” e como “Depressão Crônica no Trabalho”, foi identificada na década de 70 e pode ser descrita como uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica, vivenciada pelos profissionais. É um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, resultado do acúmulo excessivo em situações de trabalho que são emocionalmente exigentes e/ou estressantes, que demandam muita competitividade e/ou responsabilidade.
A Síndrome se expressa por uma exaustão física, mental e emocional resultante da alta sobrecarga de trabalho e de suas condições. Soma-se a sobrecarga de trabalho, estressores de ordem interpessoal como falta de suporte e também estressores relativos às interferências burocráticas tais como conflitos, ambiguidade de papel e falta de autonomia que, ao atuarem em conjunto, tiram do indivíduo a sua condição de realizar bem seu trabalho, bem como, da pessoa se realizar através do trabalho que executa.
Portanto, a dinâmica de funcionamento das organizações de trabalho, onde a pessoa está inserida, tem influência direta no desenvolvimento desta Síndrome.
Para os estudiosos do assunto a Síndrome compreende um conjunto de três variáveis ou dimensões essenciais, quais sejam:
1. Exaustão emocional (EE): a pessoa se sente exaurida, esgotada, sem energia para enfrentar novos projetos ou outras pessoas, sente que é incapaz de recuperar-se de um dia para o outro. A pessoa se sente no limite de suas forças;
2. Despersonalizaçao (D) a pessoa adota atitudes de descrença, distância, frieza e indiferença em relação ao trabalho e aos colegas de trabalho, evidenciando que burnout não é somente a síndrome do profissional exausto, mas também do profissional indiferente e descomprometido em relação às pessoas com quem trabalha;
3. Satisfação Pessoal ou Diminuição da realização pessoal (DRP) a pessoa se sente ineficiente, incapaz e certa de que seu trabalho não faz diferença, não conseguindo perceber a importância de seu trabalho, evidenciando que burnout é a síndrome do profissional frustrado, descomprometido com os outros e exaurido emocionalmente.
Quanto aos sintomas, estes normalmente surgem de forma leve e vão piorando com o passar dos dias. Os principais sinais são:
• Alterações no apetite
• Dificuldades de concentração
• Sentimentos de fracasso e insegurança
• Negatividade constante
• Sentimentos de derrota e desesperança
• Sentimentos de incompetência
• Alterações repentinas de humor
• Isolamento
• Fadiga
• Pressão alta
• Dores musculares
• Problemas gastrointestinais
• Alteração nos batimentos cardíacos
• Dor de cabeça constante
• Tensão muscular
• Distúrbios do sono
• Irritabilidade
• Sentimentos negativos que começam a afetar o relacionamento familiar e a vida em geral
• Angústia
• Ansiedade
• Propensão a largar o emprego
• Absenteísmo
• Nervosismo
• Problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas
• Estresse e falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença
Diagnóstico e Tratamento
Muitas pessoas embora tenham os sintomas, não procuram ajuda profissional, por julgarem que são sintomas passageiros e que, portanto, passarão. Mas, não é bem assim, porque os sintomas avançam e se agravam
O diagnóstico deve ser realizado por profissional psicólogo e/ou psiquiatra, que por meio de análise clínica, exames e testes, poderá chegar a um diagnóstico.
O tratamento é semelhante ao da depressão e deve incluir psicoterapia, conforme a gravidade, uso de medicamento, podendo também ocorrer solicitação de afastamento do trabalho.
A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout é a de adotar estratégicas que diminuam o estresse e a pressão no trabalho e a adoção de condutas saudáveis.
O cuidado com as dimensões físicas (esporte, hobby, quantidade e qualidade de sono, dança, etc); mentais (adoção de práticas fora do trabalho que exercite a mente e deem satisfação e prazer, etc); sócio afetivas (contato social com amigos e familiares); emocionais (autoconhecimento, inteligência emocional, auto motivação, resiliência, etc); e espirituais (integração entre corpo-mente-espirito, prática de meditação, encontrar significado no trabalho e na vida, etc..) fazem a diferença e complementam o tratamento.
Saber colocar limites na jornada de trabalho para vivenciar outras relações, saber dizer não para as coisas que geram sofrimento, ressignificar o trabalho em sua vida ou até mesmo mudar de trabalho, ajudam na prevenção da síndrome e fazem parte da manutenção da saúde física, mental, emocional e profissional.
Além do tratamento da pessoa é fundamental analisar e adequar o ambiente da empresa e o próprio trabalho, visando diminuir seus impactos na pessoa. Desenvolvimento das lideranças e das equipes fazem parte do processo.
E você, qual sua relação com o trabalho?
O que você tem feito para se manter saudável?